Como ficou perceptível em minha última postagem, quase sempre o rap apresenta em suas letras a violência nua e crua das periferias, em alguns casos muitas dessas músicas acabam fazendo apologia à violência; esse foi um dos fatores que me levou a destinar essa quinzena à analise dessa relação entre o rap, a violência e a mídia.
Outro fator que me levou a esse tópico, foram casos como o do rapper Sabotage. Descoberto pelo Racionais MC’s ele tinha um carreira extremamente promissora no rap nacional, suas músicas abordavam temas como violência policial, miséria, drogas e a favela, assuntos que fizeram parte de sua adolescência – nasceu e morou em favelas, foi interno da FEBEM e traficante. Tentando se afastar da guerra entre quadrilhas pelo comando do tráfico, Sabotage até mudou-se, no entanto, do dia 24 de janeiro de 2003 ele foi morto em seu carro.
Nessa quinzena eu encontrei uma transcrição de uma apresentação da Isabelle Sounier no site do SESC-SP, a partir dela e de outras pesquisas percebi algo bem óbvio na verdade; as letras da maioria dos raps brasileiros tratam de violência, porque o rap é uma forma de expressão das camadas mais humildes, camadas essas que estão super expostas a todo tipo de violência e humilhação. É uma forma de narrar o que acontece todos os dias onde eles vivem, de divulgar sua história de vida ou até mesmo de reagir à violência que estão expostos. Minha postagem anterior apresentou diversos casos em que músicas com teor violento foram censuradas, talvez isso seja apenas um reflexo da alienação dos mais ricos, que se protegem atrás de mecanismos que os impedem de conhecer uma realidade tão distante das suas. Talvez seja só uma forma do poder público esconder o que acontece de fato nas periferias e favelas do Brasil. Infelizmente são diversos os casos que terminam como a história do Sabotage, mas isso não deveria destinar o rap à marginalidade e criminalidade como muitos o fazem.
Fontes: Portal SESC, Cultura Hip Hop, Wikipédia.
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