segunda-feira, 14 de maio de 2012

Segundo percurso tipográfico [Tomás German] 2#


Inicialmente venho a explicar que o processo de estudo da tipografia não pode ser desvinculado ao processo histórico. Desse modo, não analisarei os elementos de uma tipografia, mas sim um período. De início já relatei sobre a caligrafia que tanto influenciou no princípio do processo de construção da tipografia. Agora, falarei sobre o período em que houve o completo desvinculo de tipografia e caligrafia.
Tal momento se deu pós Renascimento e quando as ideias de revolução industrial estavam se desenvolvendo. No período as referências romanas eram de fato muito influentes o que resulta em personagens como Giambatista Bodoni (1818), que criou um dos mais influentes manuais tipográficos desse período, a postular que a elegância, a regularidade e o bom gosto eram fatores cruciais no desenvolvimento de um tipo.
Desse modo, para Bodoni uma tipografia bela era aquela que possuía regularidade ou uniformidade, isto é a presença de elementos comuns em caracteres de um alfabeto; elegância e nitidez, o que é obtido por um severo trabalho de corte e acabamento dos punções; "bom gosto", formas agradáveis correspondentes ao espírito do tempo; "graça ou encanto" para Bodoni era o que nos faz perceber que a letra foi escrita com cuidado e com a naturalidade.
Tipografias como essa são encontradas muitas vezes estampadas em jornais impressos como Estado de Minas que possui um logotipo clássico e muito próximo de escritas romanas, o que remete ao Renascentismo, época de grande preocupação com a rasão e a verdade, conceitos chave de um jornal. Tipografia similar também é encontrada em revistas de moda como Vogue, em que a elegância é fator crucial na estética da revista.
Com isso notamos a mensagem presente por de trás de uma tipografia clássica, romana e uniforme, tão típica de um contexto pós-Renascentista e Industrial, perceptíveis na repetição de elementos nos caracteres.

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