quarta-feira, 2 de maio de 2012

Apenas mais um dia [Pedro Alvim] #1


Nesta quinzena eu li o livro "Jornalismo Esportivo", escrito por Paulo Vinícius Coelho, e decidi fazer uma crônica no lugar do post comum.Reuni várias informações presentes no livro e tentei sintetizá-las na crônica a seguir:

                                            
                                                        Apenas mais um dia

Domingo, dia de descanso para grande parte da população, porém não para mim.Tenho de sair cedo de casa, pois a cobertura de um grande clássico começa bem antes do espetáculo em si.Além de um clássico, este jogo tem o adicional de definir uma vaga para a final do campeonato Mineiro, para enfrentar o 
Atlético.

Chego cedo na redação e começo a relacionar quais as prováveis escalações de ambos os times, além de ver quais são as grandes baixas de cada um.Em um clássico o trabalho fica mais díficil, pois qualquer deslize pode ser visto como traço de parcialidade e, imediatamente, rechaçado pelos espectadores.

Não me leve a mal, é uma profissão agradável, pois trabalho com algo que gosto muito, porém requer uma grande perícia com as palavras, um atributo cada vez mais raro.Muitas vezes o jornalista esportivo é tido como palpiteiro e,devo confessar, muitos podem ser enquadrados nessa categoria.O constante aprimoramento é algo que um jornalista deve ter sempre em mente, para que sua forma de ver o jogo não fique defasado.

Com todos os dados levantados eu me dirijo até o estádio, o grande palco em que o espetáculo se desenrola.Lá ouvimos os grandes personagens, pois o que seria o futebol sem as declarações polêmicas de jogadores, técnicos e dirigentes?

Com o jogo próximo eu reúno todas as minhas informações,pois a memória nem sempre é 100% confiável, e me preparo para a transmissão.Saber quais informações são importantes é essencial para um bom comentarista que deverá tê-las sempre a mão.

O jogo já estava para começar e o palco estava armado para a redenção.Os jogadores celestes estavam com seu orgulho ferido, a torcida exigia uma vitória e o comandante precisava,e muito, dela.Davi tinha desferido um duro golpe, mas Golias estava longe de cair.

Pelo menos era isso que se esperava antes do jogo.A vontade de ganhar dos jogadores cruzeirenses se tornou em um nervosismo tremendo, fazendo até jogadores mais experientes, como é o caso do jogador uruguaio Victorino, falharem.O time do América soube fazer o seu jogo e,com ajuda de uma falha gritante, conseguiu abrir o placar.

Um gol do Coelho era tudo que precisava para o sistema tático imposto por Mancini desmoronar.O ataque com uma partida pouco inspirada de Montillo estava uma bagunça, já no sistema defensivo as laterais pareciam avenidas e se não fosse por uma atuação sólida do volante Marcelo Oliveira o Cruzeiro poderia ter levado uma goleada.

Mesmo entregando passes, errando um penâlti muito discutivel e sem conseguir arrumar a defesa o Cruzeiro chegou ao gol de empate, que também foi gerado por uma falha bizonha da defesa americana.

Muitos imaginavam que com o gol o nervosismo celeste iria acabar e, com sorte, eles poderiam começar até a acertar três passes.Não foi isso que aconteceu.Apesar do gol o time cruzeirense continuou mal e, sem substituições por parte do treinador, voltou para o segundo tempo com o mesmo “futebol”.

O Cruzeiro ensaiou uma pressão, mas todo contra-ataque americano gerava perigo, retrato de uma defesa frágil.Mancini demorou muito para mudar o time e, quando finalmente resolveu  
mudar, o fez muito mal.A saída de Marcelo Oliveira foi uma incógnita, visto que era claramente o jogador mais estável em campo, segurando a lateral que Everton se recusava a marcar.Mais tarde tirou Diego Renan, que teve mais uma atuação fraca, para colocar o jovem Élber, porém com sua pouca idade e o pouco tempo de jogo nada pode fazer para mudá-lo.

Com o time celeste nervoso, cansado e totalmente bagunçado o América conseguiu um contra-ataque aos 47 minutos que culminou com a finalização de Fábio Junior, um golpe de miséricordia por parte de um ex-jogador estrelado.

O jogo foi um retrato do Cruzeiro recente, um grupo de jogadores sem raça, com pouca habilidade, que não honram a camisa e não podem sequer ser chamados de time.Mais uma vitória merecida do América, que passou com sobra sobre o “Cruzeiro” e poderá, porque não, sonhar com o título.

Após o jogo escrevo uma matéria a respeito do mesmo e volto para casa.Afinal descanso também é fundamental para uma profissão tão corrida. 

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