O primeiro antagonismo é a
diferença entre consumo e consumismo. Consumo é algo natural, inerente à
história humana e tem como principal função fixar padrões nas relações
inter-humanas; já o consumismo é o próprio fim: a satisfação não está em
usufruir do produto desejado e sim no ato mesmo de consumo. Essa é a identidade
na pós-modernidade. Pessoas e grupos são reconhecidos justamente pelo que
costumam consumir. Basta navegar por profiles
em redes sociais como Orkut e Facebook que lá está no que as pessoas querem
dizer sobre si mesmas os livros que lê, as comunidades que participa, as
páginas que curte.
Na sociedade de produtores o objetivo da prática do consumo era a
segurança em longo prazo, o foco estava na durabilidade e solidez do produto. Opostamente,
na sociedade de consumidores os
desejos são insaciáveis, vivemos uma ‘cultura agorista’ (definição de Bertman)
e hedonista na qual precisamos satisfazer nossos desejos imediatamente. Os
objetos de desejo têm a obsolescência embutida, são rapidamente consumidos e
descartados. Isso se aplica justamente nos relacionamentos interpessoais, nos
quais a postura carpe diem é levada
ao extremo num ato egoísta e individualista. Maffesoli disse que o tempo pós-moderno
não é cíclico e nem linear, mas pontilhista, no qual cada ponto (que não tem
largura, altura nem profundidade) é um big
bang em potencial – mas se não for... pois bem, passemos ao próximo ponto.
Outras características próprias
da sociedade de consumidores são a
pressa – que é motivada pelo desejo de ‘adquirir e juntar’, mas se torna
imperativa pelo ‘descartar e substituir’ –, o excesso de informação que é muito
difícil de ser filtrado e a melancolia (entorpecimento da capacidade de
diferenciação de importância e de verdade).
Nisso tudo, o valor supremo desse
tipo de sociedade é a vida feliz: é prometida a felicidade terrena, sem mais
adiações. Entretanto – que paradoxo! – é na insatisfação dos consumidores que a
sociedade se sustenta. A sociedade de consumo só dará certo enquanto seus
membros não forem completamente felizes.
Oi, Letícia!
ResponderExcluirEstou meu perdida em relação ao seu cronograma. Você fez algumas modificações? Por favor, me mande por email.
Quanto ao post, ele traz boas reflexões sobre a sociedade em que vivemos, o insight sobre os perfis na internet foi bom e deveria ser mais bem explorado.
Já que você está trabalhando com as ideias de Bauman como objeto, seria interessante apresentar contrapontos em relação à perspectiva desse autor ou ainda complementá-las com formulações de outros autores.
Um abraço,
Danila.
Olá Danila!
ResponderExcluirFiz algumas modificações sim, e já havia te enviado por e-mail. Mas te encaminhei de novo agora. Recebeu?
Obrigada pelas dicas!
Abraço!