Desenvolvendo sobre a sociedade
de consumidores, Bauman mostra que o principal de cada indivíduo nessa sociedade
é o espírito consumista: este é
preparado desde cedo pelas propagandas voltadas para o público infantil; e esse
fato, por sinal, é contrário à sociedade de produtores que tinha como principal
o corpo do indivíduo, que deveria estar
capacitado para o trabalho fabril. Esse espírito
consumista deve ser abraçado e amado por todos que fazem parte da sociedade
do consumo. Todos devem ter a vocação
consumista natural, todos precisam ser consumidores e mantenedores de um
status social... E mais, para a participação nessa sociedade, todos precisam
ser ‘vendáveis’: atender a uma demanda do mercado.
Nas redes sociais esse fato é
visto claramente por vários indícios, e um deles é o número de ‘amigos’ que cada
usuário possui. Nas redes atuais é comum cada usuário ter na média 400 ‘amigos’.
Mas claro, o uso das aspas demonstram bem a distorção no sentido original da
palavra ‘amigo’. Mais uma vez às relações inter-humanas é prezada certa
distância como margem de segurança. É muito mais seguro clicar em ‘adicionar
aos amigos’ para somar um ‘amigo’ e mais fácil ainda dar um click em ‘deixar de
ser amigo’ para deixar um relacionamento (ainda que virtual, já que o ciberespaço
é vida real). Logo logo esse espaço será preenchido por outro ‘amigo’.
No vídeo abaixo Bauman fala sobre
essa mudança no conceito da palavra ‘amigo’ com o surgimento das redes e diz
também sobre a ambivalência da vida: segurança e liberdade.
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