quarta-feira, 30 de maio de 2012

Solidão coletiva. [Leticia Garcia] #3


Desenvolvendo sobre a sociedade de consumidores, Bauman mostra que o principal de cada indivíduo nessa sociedade é o espírito consumista: este é preparado desde cedo pelas propagandas voltadas para o público infantil; e esse fato, por sinal, é contrário à sociedade de produtores que tinha como principal o corpo do indivíduo, que deveria estar capacitado para o trabalho fabril. Esse espírito consumista deve ser abraçado e amado por todos que fazem parte da sociedade do consumo. Todos devem ter a vocação consumista natural, todos precisam ser consumidores e mantenedores de um status social... E mais, para a participação nessa sociedade, todos precisam ser ‘vendáveis’: atender a uma demanda do mercado.

Nas redes sociais esse fato é visto claramente por vários indícios, e um deles é o número de ‘amigos’ que cada usuário possui. Nas redes atuais é comum cada usuário ter na média 400 ‘amigos’. Mas claro, o uso das aspas demonstram bem a distorção no sentido original da palavra ‘amigo’. Mais uma vez às relações inter-humanas é prezada certa distância como margem de segurança. É muito mais seguro clicar em ‘adicionar aos amigos’ para somar um ‘amigo’ e mais fácil ainda dar um click em ‘deixar de ser amigo’ para deixar um relacionamento (ainda que virtual, já que o ciberespaço é vida real). Logo logo esse espaço será preenchido por outro ‘amigo’.

No vídeo abaixo Bauman fala sobre essa mudança no conceito da palavra ‘amigo’ com o surgimento das redes e diz também sobre a ambivalência da vida: segurança e liberdade.


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