Para este post o quadro analisado foi o
"Mandando Bem" do dia 21 de abril. No quadro aqueles que desejam
participar enviam cartas contando sua história e explicando as razões pelas
quais ele (a) deve ir ao programa. Para participar deste quadro é necessário
ter algum tipo de talento, como foi o caso de Kayo Victor, um homem de 23 anos
que fazia yakisoba para vender na porta de bailes funk para complementar a
renda de sua família. Neste quadro percebi que em vários momentos o programa de
Luciano Huck foge ao conceito do neopopulismo, para explicar, utilizarei um
exemplo que notei assistindo ao “Mandando Bem” do dia 21 de abril.
O
neopopulismo remete à idéia de soberania popular, a qual enaltece o
conhecimento do povo (chamada por alguns de “senso comum”) e denuncia o
intelectualismo das classes dominantes. No quadro do Caldeirão do Huck
analisado para esta postagem o cozinheiro Kayo Victor havia aprendido a fazer
seu yakisoba sozinho, colocando nele ingredientes que nem mesmo fazem parte da
receita original, ou seja, o fazia a partir do “senso comum”, ele não tinha
nenhum conhecimento intelectual ou específico sobre gastronomia. Além disso o
participante do quadro também havia aprendido a administrar seu negócio
simplesmente com a prática, também com o “sendo comum”. Visto isso, o chef Alex
Atala foi convocado, então, pelo programa para ensinar Kayo sobre gastronomia e
o participante também recebeu aulas sobre administração. O programa se mostrou
contrário à soberania popular na medida em que considerou necessário ensinar à
Kayo teorias e práticas próprias do campo do intelectual das classes
dominantes. Dessa maneira, o quadro “Mandando Bem” do programa Caldeirão do
Huck analisado nesta quinzena não possuía características propriamente
neopopulistas.
Quadro analisado disponível no site.
Referências Bibliográficas:
FREIRE FILHO, J. Renovaçõesda Filantropia Televisiva: do Assistencialismo Populista à Terapia do Estilo. In: A TV em transição: tendências de programação no Brasil e no mundo. João Freire Filho (org.). Porto Alegre: Sulina, 2009.
Oi, Laura, como conversamos no encontro presencial, há outras reflexões que podemos extrair a partir da observação desse quadro. É necessário uma revisão de texto, ok? Um abraço!
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