sexta-feira, 22 de junho de 2012

“A” trilha sonora [Helena Corrêa] #5

norman-batesDepois de assistir ao filme sem música alguma (The Birds) assisto aquele que contém a mais famosa trilha sonora na mais famosa cena dos filmes de suspense! Só com essa observação já poderia dizer que Hitchcock é um cineasta muito inteligente e admirável por conseguir fazer filmes tão impressioinantes com características distintas, utilizando muito bem as técnicas que estavam ao seu alcance. Psicose (1960) conta a história de uma secretária, Marion Crane, que, repentinamente, resolve fugir com uma quantia de dinheiro de uma venda da agência imobiliária que trabalha. Acaba chegando a um pequeno motel, onde é atendida por um jovem bem afeiçoado, Norman Bates, que mora com a mãe num casarão ao lado do motel. Quando Marion vai tomar um banho para depois dormir, é esfaqueada ao som DAQUELA musiquinha, escrita por Bernard Herrmann. Segue um vídeo que mostra a cena com e sem música:

Psicose – A cena do chuveiro com e sem música

Para mim, esse filme se aproxima bastante do horror por haver mais violência, mesmo que pouco explícita. Em “Sobre o som no cinema de horror: padrões recorrentes de estilo”¹, Rodriho Carreiro diz que “O grito estimula a identificação afetiva entre o personagem-vítima e o espectador, gerando o sentimento de repulsa ou rejeição que é elemento central na construção do sentimento do horror.”

psycho_web
Tanto o grito quanto a música compõe a trilha sonora da cena. Júlia, no blog “Manjaki”², compara a música com batimentos cardíacos. Achei perfeita a comparação. E isso ainda passa a tensão e o desespero dos personagens envolvidos na cena.
Há acordes que são mais utilizados nas trilhas sonoras dos filmes de horror devido à sua dissonância. “O intervalo de sétima maior é um dos mais dissonantes do sistema musical ocidental”. Esse acorde “é denominado por Royal Brown como “o acorde Hitchcock”, por causa do uso frequente nas trilhas de Bernard Herrmann escritas para filmes do diretor inglês, incluindo a famosa e já citada passagem do assassinato no chuveiro.”


Referências:
¹CARREIRO, Rodrigo. Sonoridades no Cinema e no Audiovisual (19 de maio de 2011). Ciberlegenda: Revista Eletrônica do Programa de Pós-graduação em Comunicação, Rio de Janeiro, v. 1, n. 24, 2011. Disponível em: <http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/article/view/381>. Acesso em: 22/06/2012
²http://www.manjaki.com.br/index.php/reviews/critica-psicose.html

Um comentário:

  1. Oi, Helena! Acho que nesse último post caberia retomar um pouco aquela distinção entre o suspense e surpresa relacionando-a com a trilha sonora. Um forte abraço e até 04/07!

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