sábado, 23 de junho de 2012

Millôr na Veja [Isabella Lucas] #5

Em 1968, pouco antes do nascimento d'O Pasquim, Millôr entra para o grupo de jornalistas da editora Abril como colaborador da revista Veja. A publicação, que nascia naquele ano, fundada por Vitor Civita e Mino Carta, foi lançada com o intuito de se tornar "a grande revista semanal de informação de todos os brasileiros" (Edição de 11 de setembro de 1968). E se tornou, de fato, a revista de maior circulação nacional e maior inserção nas classes médias do país, atingindo tiragens superiores a um milhão de exemplares. 

Ainda que no princípio de sua vida a revista Veja não fosse descaradamente defensora dos interesses conservadores direitistas, como o faz hoje, com o passar dos anos - e o acirramento da censura - a publicação foi se alinhando aos interesses do governo. Em seus primeiros anos de vida, não que fizesse um jornalismo de oposição, mas, de certa forma, mais combativo e verdadeiro.

É nesse contexto que são publicadas as bem humoradas e sarcásticas charges de Millôr, que abordavam desde críticas ao governo até retratação da vida conjugal. Numa época em que o governo militar mandava, desmandava e outorgar Atos Institucionais havia virado moda, o chargista retratava a opressão social provocada por  essa promulgação excessiva de leis. 


Outro alvo da aguçada crítica de Millôr foi a cultura massificada, personificada na televisão e sua influência na vida dos brasileiros. Além disso, o jornalista também exprimia nas charges sua revolta contra o sistema de cobrança de impostos, as diferenças sociais e a má distribuição de renda, a emancipação feminina e o consequente ataque à ala masculina. 


Mais recentemente, se tornaram alvo das críticas de Millôr as constantes viagens internacionais do então presidente Lula, seu estilo populista e a forma como o ex-presidente encarou a crise monetária internacional. 





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