sábado, 23 de junho de 2012

O estranho mundo de Burton [Bárbara Nery] #5

Minha última quinzena de pesquisa foi reservada para leituras - agora com repertório suficiente para total entendimento – sobre a obra e o estilo do produtor e diretor Tim Burton.
Uma das características que reparei foi a relação entre arte e cinema hollywoodiano. Burton é um dos poucos diretores que, apesar dos grandes investimentos, lucros, vendagens e outras variáveis que Hollywood influencia, consegue imprimir uma marca extremamente pessoal.
Outra característica é que, apesar da unicidade de seus filmes, estes variam muito. As narrativas de Burton passaram por animações, dramas, ficção científica, comédia, terror, adaptações de contos e quadrinhos e refilmagens.
Uma das razões de sucesso de seus filmes é também a relação com toda a sua equipe. Fato evidenciado pelas constantes parcerias como Danny Elfman na trilha sonora, Colleen Atwood no figurino, Johnny Depp e Helena Bohan Carter no elenco, entre outros.

Quanto à influencia de Burton, estas são bem evidentes: o expressionismo e surrealismo se mantém muito presente em suas obras. Além do mais, Burton faz questão de remeter a seus ídolos, como a o filme biográfico sobre Ed Wood e as inúmeras referências a Vincent Price e Edgar Allan Poe.  Apesar disso, Burton ainda segue a linearidade do cinema clássico em sua narrativa e o foco na personagem principal.

Porém, a principal marca de Burton é o conflito de seus heróis. Estes são sempre ‘desajustados’, muitas vezes obsessivos, e se encontram deslocados de seu espaço. Tim trata de assuntos relativos ao “eu” numa visão ingênua, pueril ao tratar de aceitação do estranho e fascinação pelo novo. Por isso a constante referência ao imaginário infantil, apesar de seus filmes não serem feitos para crianças. Muito pelo contrário, trazem complexidades maduras com viés humano, como temas de morte e a relativização do bem e do mal na inversão de papéis.
A estética é outro ponto forte do diretor. Suas personagens têm encenações exageradas e mesmo caricatas, os cenários mesclam lugares sombrios ou extremamente coloridos. É curioso como Burton desvia o que seriam os protagonistas clássicos nas personagens mais excêntricas, como no caso de Alice no País das Maravilhas, em que o Chapeleiro Maluco tem grande destaque.
Estas observações, entre outras, tiradas de um estudo e de percepções pessoais serão explicitados e explorados no relatório final.

Um comentário:

  1. Ei Bárbara! Excelente post! Você conseguiu sintetizar o esforço do semestre. Por favor, coloque as referências das suas consultas bibliográficas, as leituras que você menciona no início do post. Fiquei na dúvida: o que seria essa marca pessoal de Tim Burton? Não ficou claro.

    ResponderExcluir