sábado, 2 de junho de 2012

História da Mídia Confessional Protestante, parte II [Pedro Mol] #3


        
    Retomando o assunto do último post, que comecei a falar da História da mídia confessional cristã no Brasil; história que teve início com a distribuição/venda de folhetos que tinham um caráter de alcance bastante abrangente, sendo destinado a todos os públicos, fossem eles crianças, jovens, não-convertidos e idosos, contendo até mesmo a lição da escola bíblica dominical. Analisando o discurso, o título dos folhetos era, quase sempre, o da parte destinada aos não-convertidos com temas ligados à 'certeza da salvação". Algumas dessas mensagens eram sutilmente provocativas porque abordavam temas que ironizavam alguns dogmas da igreja católica, principalmente os da fervorosa idolatria a imagens.
     Mais adiante, no ano de 1940, a popularização das rádios permitiu que os protestantes tivessem seu espaço. Os adventistas foram os pioneiros a adquirir uma estação. No início, assim como no início da produção dos panfletos, o programa seguia os moldes americanos e ,na década de 50, os programas já eram idealizados por Brasileiros. Na década de 60, os primeiros programas protestantes foram implementados na Televisão também pelos adventistas. Esses programas eram de curta duração e locais nas cidades do Rio de Janeiro e em São Paulo. Entretanto, os  programas "evangélicos" mais televisionados eram os norte-americanos do pastor Jimmy Swaggart (foto que inicia esse post), que eram traduzidos para o português e, independente da denominação, eram colocados no ar. Esses programas, mesmo que muito televisionados e apresentados por um líder bastante carismático, não atingiram o sucesso esperado porque eram produzidos em outra cultura, não compartilhando grande parte dos valores prezados e reproduzidos na cultura brasileira, já que é nisso que se identifica e caracteriza uma cultura - compartilhamento de valores.
      Os programas estrangeiros duraram até meados dos anos 80, quando a produção nacional já se apresentava bem mais madura, independente e bem-estruturada financeiramente. Em 1980, a Igreja Universal do Reino de Deus comprou a Rede Record, sendo a primeira denominação a ter um canal da televisão aberta. A partir desse acontecimento, os programas evangélicos começaram a ser mais recorrentes nos canais, aumentando a sua duração, já que o empreendimento começava a ser lucrativo. A Rede de televisão Bandeirantes, por exemplo, vendeu muitos horários à Igreja Internacional da Graça de Deus do missionário R.R.Soares para a produção do programa "Show da fé". Outros líderes também tiveram destaque na produção "góspel-midiática", como os pastores Caio Fábio, Silas Malafaia e do Edir Macedo, bispo líder da Igreja Universal do Reino de Deus - dono da Rede Record. Não podemos esquecer também da Rede Super, canal aberto da Igreja Batista da Lagoinha, em Bh - igreja que ganhou destaque no cenário nacional principalmente por causa do grupo de louvor "Diante do Trono" que estourou em vendagens em 2001, seu primeiro álbum - e é, talvez, a maior influenciadora e formadora de opinião do setor evangélico da sociedade. 

    Devido o remanejamento/divisão desse post em dois, algumas outras mudanças no cronograma também ocorrerão, inclusive por causa do segundo encontro presencial que me trouxe idéias e sugestões dos orientadores. Você, leitor, certamente será avisado. As duas últimas imagens são do Missionário R.R.Soares e da gravação de um dvd da banda "Diante do Trono", respectivamente.

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