segunda-feira, 11 de junho de 2012

O auge e a decadência, tudo ao mesmo tempo em meados da década de 1920 [Camila Santos Marques] #4


Agora já sob o aval de Flavia Cesarino e seu livro, "O primeiro Cinema: espetáculo, narração, domesticação”,  retorno-me ao plano de estudos inicial, lembrando que em minha ultima postagem dei uma pequena desviada,  para acrescentar o livro da qual me referi e que foi de grande importância para que meus que estudos ganhassem um novo norte, foi uma espécie de redescoberta do cinema primordial, como um cinema de atrações, um cinema popular e ainda livre do formato narrativo burguês que massificou a sétima arte. 

Dessa forma, hoje ,assim como na quinzena seguinte, irei me dedicar  ao período em que o cinema mudo experimentou seu auge, mas também a sua decadência, a década de 1920 e mais um pouco. Período em que a palavra “Hollywood começava a se confundir com o próprio conceito de cinema, confusão aliás, que se perpetua até hoje,  quando vemos a mídia se referir a qualquer filme americano como uma produção “de Hollywood”, mesmo que tenha sido rodada totalmente em Nova York.” Bem como deixa claro Celso Sabadin, autor de “Vocês ainda não ouviram nada – a barulhenta história do cinema a mudo”. 


Já que a primeira guerra mundial fez dos EUA o cenário perfeito para a proliferação da sétima arte. A economia crescente, a demanda acentuada de imigrantes, alterações urbanas e tecnológicas... enfim, o país chegou a produzir 841 filmes em 1918 contra 12 de 1913. Além das classes mais baixas, o cinema também conquistou a classe média e estourou em solo norte americano, já que na Europa o fim da guerra ainda era empecilho. Grandes artistas do cinema lançaram seus filmes mais importantes no inicio da década de 20. Dentre eles posso citar os que se dedicaram à comédia, gênero cinematográfico que se destacou entre os demais no período mudo e por isso merece ser realçado. Já que, de acordo com Celso Sabadin, todos os gêneros apareceram ainda nesta época.

Três astros são considerados “cômicos mudos por excelência”: Buster Keaton, Harold Lloyd e o gênio Charles Chaplin. Gostaria de conhecer várias obras destes artistas, mas infelizmente tive quer separar alguns clássicos apenas para que a pesquisa se tornasse viável, “Our hospitality” e “The playhouse” do primeiro; “O homem mosca” do segundo e de Chaplin “Os clássicos vadios” e “O garoto”. Todos datados do inicio década de 1920, entre 1921 a 1923.

Vários comediantes e clowns surgiram e fizeram muito sucesso no ambiente silencioso, mas muitos deles também desapareceram com a chegada do som. Um bom exemplo de artistas que conseguiram sobreviver aos tempos de transição é a dupla Hardy ande Lloyd (o gordo e o magro), que adaptaram muito bem as obras ou conjuga-las com o áudio, mas destes falarei mais um pouco no próximo post.

Assista um pouco de:
http://www.youtube.com/watch?v=6PQmyT_HEbw (O homem mosca)

http://www.youtube.com/watch?v=aynCEZtG2MM (The playhouse)

http://www.youtube.com/watch?v=Xh3z89u1NtY (O garoto)

Para este post foi usado como referência:


Vocês ainda não ouviram nada: a barulhenta história do cinema mudo. SABADIN, Celso; EWALD FILHO, Rubens; RAMALHO JUNIOR, Francisco. 3ª ed. rev. São Paulo: Summus, 2009. 223 p.


Clássicos do cinema mudo. BILHARINHO, Guido. INSTITUTO TRIANGULINO DE CULTURA. Uberaba, MG: Instituto Triangulino de Cultura, 2003. 296p










Um comentário:

  1. Ei Camila, boa postagem! Provavelmente você terá um bom material para o relatório final!

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