segunda-feira, 11 de junho de 2012

As tatuagens por trás das grades [Luiza Pontes Brant] #4

Aparelho de tatuagem utilizado em presídio

Nessa quinzena li os quatro artigos que faltavam. O artigo de Sandro Braga, A tatuagem como gênero: uma visão discursiva considera a tatuagem um gênero discursivo, por possuir uma produção/circulação de seus enunciados relativamente estáveis dentro das esferas de comunicação. O artigo continua trazendo conteúdo e teorias para corroborar com essa constatação, mas não acho que seja muito útil ao meu trabalho final. De qualquer forma, é interessante a análise que o autor propõe, e apoia a idéia central do meu trabalho - a de que a tatuagem é uma forma de comunicação.

No artigo de Emilene Leite de Sousa, Transformando corpos em pergaminhos: a tatuagem como dispositivo de comunicação/identificação é trabalhada a idéia da construção cultural do corpo, e do corpo como forma principal de identificação do homem - uma vez que o corpo é a parte mais aparente da identidade de cada um. A partir daí, pode-se refletir sobre as tatuagens como uma forma de pertencimento a um grupo, como forma de se identificar e, também, de se fazer identificável.

Em A influência e o significado das tatuagens nos presos no interior das penitenciárias, Cezinando Vieira Paredes faz mais uma descrição de tipos de tatuagens comuns nas prisões e seus significados - relacionados à seus crimes, à associações criminosas, amores, orientação sexual, entre outros. Apesar de ser um artigo repleto de exemplos, ele não se aprofunda em nenhuma análise - mas acho que seu objetivo não era analisar, e sim expor, uma vez que o autor estava defendendo uma monografia para o curso de Especialista em Tratamento Penal e Gestão Prisional.

O último artigo, de Marina Albuquerque Mendes da Silva, intitulado As tatuagens e a criminalidade feminina foi o mais analítico, em minha opinião. A autora explora os motivos para as tatuagens no contexto da criminalidade, suas funções dentro desse contexto, suas consequências no mundo fora do presídio e, ainda, as diferenças entre a hora de se tatuar dos homens e das mulheres - abordarei isso melhor no relatório final, o artigo todo é muito interessante. Entretanto, à época em que foi escrito provavelmente ainda  havia muito preconceito acerca das tatuagens, uma vez que a autora associa essa arte praticamente apenas àqueles marginalizados perante a sociedade (a publicação do artigo que eu tenho, pelo menos, data de 1991, mas o levantamento da penitenciária feminina utilizada pela autora é de 1980 e 1981).

Por algumas complicações, não consegui assistir aos documentários restantes, mas provavelmente até quinta já terei terminado de vê-los. Não creio que isso será um empecilho para meu trabalho, uma vez que a próxima quinzena estava reservada para a retomada de materiais e a organização do relatório final.

2 comentários:

  1. Terminei, ontem, de ver os documentários restantes. No próximo post falarei sobre eles.

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  2. Oi, Luiza,

    A quinzena foi de bastante trabalho!
    Estou curiosa por suas observações no relatório final!

    Um abraço!

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