sexta-feira, 22 de junho de 2012

Jingles [Josué Benvindo] # 5





No Brasil, o jingle eleitoral é peça fundamental em todos os pleitos. Alguns se tornaram históricos como, Lula lá (1989) e Varre,varre vassourinha (1960). Então, vamos analisar os jingles dos candidatos que em 2008 disputaram o segundo turno para prefeito de BH.

O jingle de Márcio Lacerda possui prelúdio, estrofe e refrão. No prelúdio, a música tem caráter interiorano e nele já aparece implicitamente o tema união/aliança. A letra faz uma referência aos ganhos trazidos pela parceria PSDB e PT, dizendo que BH é o exemplo do país.





Após o trecho, hoje eu to feliz, o ritmo acelera e o estilo musical muda para reggae. Márcio é apresentado como homem de confiança do governador e do prefeito e o candidato mais preparado para continuar e melhorar o bom trabalho que está sendo feito.

Igual a todo bom jingle, o refrão é feito para ficar na cabeça da população: É isso que a gente quer / Márcio prefeito / É isso que a gente quer / Mais e bem feito / Márcio pra continuar / Márcio pra melhorar nossa BH

Observando a letra completa da música, fica claro que o jingle é um resumo da campanha de Márcio, um candidato ancorado por políticos com alto índice de popularidade. Até o presidente Lula, que nunca declarou apoio formal à aliança, é citado na música. A união (de rivais pelo bem da população) e a continuidade (do bom governo) foram os principais apelos do candidato.

Já o jingle de Leonardo Quintão possui apenas estrofe e refrão. A introdução começa no estilo viola caipira e após a palavra renovação, a música acelera em andamento e se torna um baião. Assim, como no prelúdio do jingle de Márcio, a tentativa foi dar um caráter regional (interior mineiro), porém o baião é um ritmo nordestino.






O refrão também tenta causar o efeito “música chiclete”: Pra fazer mais, fazer melhor / Sou Leonardo, sou 15, eu sei de cor / Pra fazer mais, fazer melhor / Sou Leonardo, sou 15, eu sei de cor.


A letra completa da música é bem simples. Ela tenta passar um conceito de renovação, apresentando um candidato jovem, forte e moderno. 


Então, em comparação a jingles históricos, as duas músicas são fracas e não tiveram tanto êxito em cumprir sua função – ficar gravado no subconsciente da população. Considero uma vantagem de Quintão, o fato de seu jingle trazer seu número, mas, de acordo com os músicos, o jingle de Márcio é bem superior.



Um comentário:

  1. Oi, Josué,

    Boa descrição dos jingles, no entanto, penso que a reflexão sobre eles poderia ser mais desenvolvida.

    Um abraço,

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