segunda-feira, 11 de junho de 2012

O ataque na propaganda eleitoral [Josué Benvindo] # 4



Segundo Anthony Downs, os partidos funcionam como atalhos cognitivos por diminuírem a incerteza - a ideologia do partido ajudaria o eleitor a identificar o caráter e as propostas dos candidatos. Como nas eleições de 2008 os eleitores perderam esta referência partidária, por causa da inusitada aliança PT-PSDB, a estratégia de campanha focou majoritariamente nos candidatos.

No início do 2º turno Quintão passou a liderar as pesquisas com diferença de quase 10 pontos sobre Lacerda. Assim sua campanha manteve o mesmo formato de apelo situacional e tom emotivo. Já Márcio mudou seu posicionamento e passou a utilizar a campanha negativa.




Pode até parecer uma questão irrelevante para influenciar a decisão de voto, mas foi com a veiculação desse vídeo que a Aliança começou a desconstruir Quintão como homem manso, religioso e “cuidador de gente”. O fato foi explorado de todas as formas possíveis. Até com a distribuição de adesivos.







Vejam a resposta de Quintão ao vídeo:




O candidato do PMDB foi associado ao ex-presidente Fernando Collor, por causa de sua juventude. As propostas ficaram em segundo plano e o principal tema da disputa se tornou Quintão tentando manter sua imagem frente a seus recém conquistados eleitores, enquanto Lacerda tentava minar sua credibilidade. Vejam outros dois comerciais da Aliança por BH, direcionados ao candidato da coligação Belo Horizonte para Você. Dois filmes com supostos depoimentos espontâneos.




Este, do Tom Cavalcante, virou viral nas redes sociais.

 



Sem saber se defender das acusações, Quintão perdeu seus eleitores – uma grande parte vinda do apóio de Jô Moraes – e terminou em segundo lugar, com 40,88% dos votos válidos, enquanto Márcio foi eleito prefeito, com 59,12%. Prova de que um ataque bem feito funciona e, também, de que todo ato pode ser ressignificado.

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