terça-feira, 26 de junho de 2012

Importância da TV no ensino religioso e na recepção. [Pedro Mol]#5




Nessa postagem, ficou o espaço para rearranjos e conclusões. Há dois posts, eu deveria falar sobre um artigo da Doutora Karina Bellotti sobre a Mídia Confessional Cristã Protestante que visava ao público infantil. Utilizando um artigo dessa mesma autora ,"Ensino Religioso entre Sons e Imagens", mudando um pouco de assunto, porém, falarei  sobre a função dos meios de comunicação no ensino da religião e, mais que isso, falarei sobre como é recebida a mensagem passada por programas ditos "evangélicos".


Karina Bellotti destaca o papel que a Televisão e a Internet têm na propagação de idéias, cultura, ideologias dizendo: "A televisão foi escolhida pela visibilidade que confere aos grupos religiosos, povoando o imaginário dos telespectadores com expressões, imagens, práticas e simbolismos nem sempre bem compreendidos. Já a internet figura como um poderoso meio de pesquisa, que complementa a biblioteca e as publicações editoriais (jornais, revistas, livros)." Ao falar especificamente da televisão, a autora destaca a importância desse meio pela imersão na cultura que se pode ter ao assistir alguma programação: "Ignorar as referências culturais que difunde, por pensarmos que são inferiores às referências disponíveis na cultura escrita, é negligenciar materiais importantes para discussão. Trazer a televisão para a sala de aula não significa ilustrar com documentários aquilo que o professor considera insuficiente nos livros didáticos. Significa problematizar o corriqueiro, a fim de promover uma “educação do olhar”."



Bellotti cita o autor Marcos Napolitano, mostrando que que há mediações que participam na construção de sentido, significações e re-significações. Portanto, não é só alguém assistir a um programa "evangélico" que ele será um receptor que é atingido pela mensagem intencional, assim como acontece com a audiência de qualquer outro programa. Essa idéia está contida no trecho a seguir: "Recusando a idéia de que a televisão é um instrumento de dominação ideológica, o autor considera que a ela não destrói os valores do telespectador, pois cada pessoa possui seus próprios códigos e valores, que permitem um entendimento diferenciado do que se vê e ouve."


Algumas conclusões podem ser feitas após pesquisar esse tema que envolve Comunicação e Religião. Antes, porém, algumas descobertas foram feitas, principalmente no que diz respeito à história da Mídia Confessional Protestante no Brasil: o seu início no Brasil império, a forma como foi feita no formato de folhetins, assim como na reforma, os impactos causados na sociedade católica. Alguns números do primeiro post, que explicava o que era considerado góspel, quem eram os "evangélicos", assustaram-me em suas proporções. O número de fiéis que transmigravam da igreja católica para as igrejas petencostais, neo-pentecotais e protestantes. A coisa que mais me marcou durante esse período foi a reação de pessoas quando eu contava sobre o que estava pesquisando: "ah, vc está estudando aqueles pastores que gritam, que roubam e que são intolerantes!". Fiquei impressionado com a visão que as pessoas tinham desses programas, desses líderes, desse setor social, como a conduta de alguns pastores faz com que não haja diferenciação entre eles, formando algumas máximas discutidas na esfera pública: "crente é tudo safado, pastor é tudo ladrão!".


Foi interessante também analisar o programa "Show da Fé", perceber como é importante a coerência entre a estrutura do programa (cenário, quadros, continuidade) com o conteúdo divulgado. A idéia a ser passada está em toda a composição do programa. Esse é o programa da mídia confessional protestante de maior alcance, tanto nacional, quanto internacional, e é diferente dos outros do ramo, já que o apresentador não é do tipo "que grita".

Pesquisar sobre um tema que parece muito ligado à minha convivência foi curioso porque me fez pensar no meu contexto religioso de outra forma, percebendo muitas marcas/estratégias discursivas, estruturais, psicológicas que antes eram somente composição desapercebida: o culto passou a ser fiscalizado e objeto de estudo. Agora, tenho uma postura muito mais crítica sobre as coisas que acontecem. Não estou dizendo que eu seja rebelde ou burro de viseira. Só digo que há mais coisas para ver, agora, com tudo o que eu estudei.

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