sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pra quem quer começar a entender a Nouvelle vague.. post válido! [Isabela Guimarães] #5


Por quê eram tão jovens eram os cineastas que receberam tanto destaque? Por quê na França? Algum acontecimento específico o favoreceu? Foi um movimento elitizado ou foi mais amplo? De alguma forma, influenciou o Brasil? Houve algum desenvolvimento tecnológico que facilitou? 

Diante de tantas perguntas, dedico este post para responder - pelo menos algumas - dessas perguntas. Apesar de ter conversado com vocês no 2o Encontro Presencial e concluindo que seria importante sintetizar e tentar unificar características da Nouvelle vague, percebi que em meio a tantos questionamentos, seria mais interessante pesquisar a respeito dessas dúvidas, uma vez que essa retomada, isto é, a minha compreensão do movimento a partir dessa pesquisa será resumida não só no Relatório Final, assim como na apresentação. 

Além disso, achei interessante falar desses tópicos (abaixo) porque acredito que não apresentei efetivamente o contexto desses jovens franceses. 

Assim, decidi tocar nos seguintes assuntos: 
  1. A cinemateca como laboratório de cineastas;
  2. A Taxa Especial Adicional, que ajudava os produtores financeiramente;
  3. O desenvolvimento de câmeras e gravadores melhores que facilitou o trabalho menos técnico dos principais diretores;
É interessante pensar no primeiro tópico, porque já inclusive pensei na Nouvelle vague como um "boom" da produção cinematográfica francesa, algo que disparou (segundo o catálogo do Banco Central do Banco do Brasil, foram 170 os cineastas que estrearam com longa-metragens à época da NV - 1958-1962, informação que já responde o caráter não-elitista e não-restritivo do movimento). Na verdade, "A grande contribuição da Cinemateca na história da Nouvelle Vague vem a partir da intenção de seus criadores de não somente armazenar filmes, mas também realizar exibições seguidas de discussões, o Cineclube. Era dentro das inicialmente pequenas salas de cinema onde ocorriam as seções do Cineclube que se encontravam os adolescentes sem muito mais na vida além do amor pelo cinema como Eric Rohmer, François Truffaut, Jean-Luc Godard e Jacques Rivette. Entre as conversas, filmes e “aulas” de cinema, surgiu a ideologia da Nouvelle Vague. " (2) Por isso, foram essas salas de cinema (de discussão, debate e também espaço de surgimento de novas idéias), que aqueles jovens desenvolveram um dos mais impactantes movimentos do cinema.

Em se tratando do segundo tópico, em 1953 foi implantada essa taxa, na qual parte da arrecadação das bilheterias seria usada para financiar a produção cinematográfica: momento interessante para qualquer jovem que se interessasse por cinema se inserir nessa empreitada. E mais: o financiamento dos filmes poderia ser antecipado: " Em 1958, na gestão do escritor André Malraux no Ministério da Cultura, o sistema foi incrementado com a antecipação do financiamento por meio de empréstimos, fundos e subvenções. Malraux havia decretado o cinema como atividade de interesse comercial; " (1)

O terceiro tópico também é muito interessante, porque permite que pensemos as condições de filmagem a que os diretores se submetiam e também visualizar como eram feitas as filmagens à época. A década de 50/60 foi favorável aos produtores de cinema, porque: 
""Em cada acontecimento que abala estruturas, existe um componente tecnológico por trás. Não poderia ser diferente com a Nouvelle Vague, cujos ideais de agilidade, simplicidade e leveza foram potencializados com o surgimento da Cameflex (a câmera profissional mais leve do mundo, 1947), do gravador de som portátil Nagra (1951) e da Éclair 16 (a primeira a filmar com som sincronizado, 1958). Enquanto isso, chegavam ao mercado negativos mais sensíveis à luz, que permitiam filmagens com aparatos mais simplórios ou até sem iluminação artificial" (1)

O gravador portátil:

A Éclair 16:



Acredito que nessa última "quase quinzena" pude sanar muitas das minhas dúvidas em relação ao contexto. As que não respondi aqui, tentarei contemplar no relatório e/ou na apresentação final.



Referências:

(1) Catálogo da Nouvelle vague do Banco Central do Brasil, link já referenciado em outros posts.

3 comentários:

  1. Oi, Isabela,

    Parabéns pela retomada do contexto da época e de trabalho dos cineastas. Gostei muito.

    Verifique, por favor, algumas repetições no texto.

    Um abraço!

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  2. Ei, Danila, tudo bem?

    Agradeço a dica, mas não entendi essa questão da repetição.. você pode apontar no texto onde isso está presente? Como foi um erro também do post passado (te peço desculpas porque não vi o seu comentário antes), gostaria que você me mostrasse onde está essa falha.

    Muito obrigada pelo toque :)
    Um beijo!

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  3. Danila, relendo o post anterior à este, percebi a repetição naquele post. Obrigada :)

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