segunda-feira, 25 de junho de 2012

Brincando com o filme: Impressionismo Francês [Raissa Fernandes] #5

Em meu último post, me dedico a pensar sobre o Impressionismo Francês. No complicado período da Primeira Guerra, o cinema da França entra em crise e perde seu patamar de principal produtor cinematográfico mundial para os EUA. E é nesse cenário que surge o impressionismo no país. Assim como os principais movimentos de vanguarda, o Impressionismo traz uma nova concepção de cinema e procura valorizá-lo como arte e não apenas como registro. Além disso, o movimento também seguiria as vertentes vanguardistas ao desafiar o conceito usual de realidade. A principal característica impressionista é no tratamento fotográfico de seus filmes. Inovando e experimentando, os diretores iriam brincar com os filmes criando distorções nas imagens. Desfoque, superexposições e montagens com ângulos inesperados eram mais importantes que o próprio enredo para falar das sensações e desvendar os personagens. O diretor Jean Epstein foi considerado o mais inovador dos diretores impressionistas. Em seu filme: “A Queda da Casa de Usher” essas características esboçadas acima ficam claras. Baseado no conto de Allan Poe, o filme fala do terror, do suspense e da angústia muito mais do que com o enredo, com sua estética. Na história, a personagem principal do filme, Madelene, vai perdendo vida à medida que seu esposo a pinta, a vida dela vai sendo transferida para a pintura. Há uma cena que é fantástica, o desmaio de Madelene (imagem abaixo) O diretor usa da superexposição e a tontura da personagem é mais do que contada, é mostrada. Jean Epstein diria que esse tipo de estética é necessária para a arte cinematográfica. “Eu descreveria como fotogenia qualquer aspecto das coisas, seres ou almas cujo caráter moral é realçado pela produção fílmica. E qualquer aspecto não realçado pela produção fílmica não é fotogênico, não tem função na arte do cinema.” (EPSTEIN, 1924).

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