terça-feira, 12 de junho de 2012

O Pasquim - Continuação [Isabella Lucas] #4


O Pasquim inaugurou uma nova forma de se fazer jornalismo, despindo-se da habitual formalidade escrita até então adotada pelos veículos de comunicação. Em suas entrevistas com personalidades da época, reproduzia as falas de modo mais natural, próximo do coloquial. Não se tratava, contudo, de uma simplificação através do popular, mas de um novo modo de expressão, dotando os textos de cada escritor dos atributos de expressividade de sua fala. Jaguar enfatiza que a intenção da publicação semanal era “ser do contra. Contra a ditadura, contra as capas e a linguagem solene dos jornalões no final dos anos 60” (FERNANDES, Millor. AUGUSTO, Sérgio. JAGUAR. O Pasquim Edição Comemorativa 40 Anos. Desiderata, 2009).

A entrevista com Leila Diniz, em 1969, rendeu uma tiragem de 200 mil exemplares, e culminou no início da censura prévia ao Pasquim.

A patota apresentava, principalmente por meio de charges, uma contundente visão crítica da realidade, posicionando-se contra a classe média moralista, a grande imprensa que deixava-se corromper e a ditadura militar. O Pasquim também se alimentava das raízes do existencialismo, da contra-cultura propagada pelos norte-americanos, uma cultura esquerdista, um repúdio ao conformismo. Dessa forma, a patota preenchia o vazio deixado pelos movimentos sociais que se esvaíram durante o regime e o vazio causado pela falta de contestação dos veículos da grande imprensa, o que impedia uma visão analítica da ditadura por parte da população. 

Obs: tive muita dificuldade com esse post por causa da greve e o consequente fechamento da Biblioteca Universitária. Fui à Biblioteca Municipal consultar os exemplares d'O Pasquim, que só podiam ser consultados lá. Como a máquina de cópias estava estragada e eu não tinha tempo hábil pra ficar lá muito tempo (fim de semestre), só pude ler rapidamente alguns textos, mas não deu pra analisar detalhadamente. Para fazer o relatório final, me programarei para passar mais tempo lá, agora que já sei do problema do xerox.

Um comentário:

  1. Oi, Isabella,

    Senti falta das referências que você utilizou para explicar/ caracterizar o Pasquim. É muito importante nomeá-las para sabermos o que é texto seu e o que foi feito a partir das leituras.

    Um forte abraço!

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