Bom, esta ultima semana,
que também ficou responsável pela década de 1920, tive que focar um pouco mais
nos EUA para que a postagem se tornasse plausível, assim, acabei eliminando
alguns filmes que citei no cronograma, mas que tentarei retomar no relatório
final. Este, foi o período em que o cinema mudo teve seu maior destaque,
explodiu em Hollywood e acabou decaindo, quase que pelo mesmo motivo. O BOOM!
Neste momento, faz-se necessário
lembrar Flávia Cesarino e seu livro “O primeiro cinema – espetáculo,
narração, domesticação”, que chama a atenção para a construção de um cinema
cristalizado, de narrativas previsíveis desde seus primórdios. Digo isto porque
foi este um dos maiores problemas que a década em questão enfrentou.
O cinema mudo cresceu
demais nos anos 1910 e se transformou de pequeninos barracos que faziam humildes
exibições, para imigrantes das classes mais baixas, em enormes espetáculos
requintados também para os estratos mais
altos da sociedade. Haja público! “Não era nada fácil contentar aquela massa de
mais de 40 milhões de espectadores por semana.” Tal como especificou Celso
Sabadin. O cinema se tornou popular demais, a frequência
com que as pessoas assistam aos filmes era altíssima. Chegou ao ponto de
cansar, tudo já estava muito batido e repetitivo. “Parecia que tudo já havia
sido filmado”, utilizando as palavras do mesmo autor.
Para completar, um novo
meio de comunicação despontou e nesta época
e começou a prender as pessoas em casa,
o rádio. Uma novidade que prometia revolucionar a sociedade, pois iria
aproximar as pessoas em diferentes partes do país, já que as transmissões radiofônicas
expunham o mesmo conteúdo para pessoas diferentes, em locais diferentes ao
mesmo tempo. Uma reviravolta precisava
acontecer para atrair o publico de volta para as salas de cinema.
Esta revolução
aconteceu, mas acabou com a versão silenciosa da sétima arte na época. Em 1926
a Warnner – que adquiriu os direitos sobre um aparelho que sincronizava áudio e
vídeo, o Vitaphone – fez a primeira exibição com som. Mas, ela não agradou
muito ao público e as despesas tinham sido altas demais. Tratava-se de um filme
da filarmônica de NY. Tentaram novamente um ano depois, em outubro de 1927,
desta vez o escolhido foi uma adaptação da Broadway, “O cantor de jazz”. Um
sucesso absoluto!!
O cinema não foi mais o
mesmo desde então. “O publico não queria mais saber dos filmes mudos”; tristemente
muitos artistas viram suas carreiras acabarem da noite para o dia; novos tipos
de profissionais e técnicas começavam a ser mais valorizados; as gravações ao
ar livre foram interrompidas por um tempo por falta de técnica e o publico
lotou novamente as salas de exibições.
Por isto, procurei alguns
clássicos para assistir deste período e o primeiro filme exibido com som. São
eles “Em busca do ouro”, 1925 e “O circo”, 1928 de Charles Chaplin e “O cantor
de Jazz”. Mas, infelizmente, por causa da falta de tempo, confesso, não consegui
procurar mais sobre Gordo e o Magro, como prometi, e sobre outras obras mais
diversificadas.
Os filmes mudos
resistiram, mas por pouco tempo. Ainda bem que hoje a onda Vintage/Retrô que invade
as tendências da moda direciona, merecidamente, os olhares para o antigo, o
antiquado, o primitivo...o mudo. Foi o que vimos este ano com o sucesso de “O
Artista”.
Veja um pouco de "O cantor de jazz"
Referências bibliográficas
SABADIN, Celso. Vocês ainda não ouviram nada, a barulhenta história do cinema mudo. São Paulo: Lemos Editorial, 1997.
Clássicos do cinema mudo. BILHARINHO, Guido. INSTITUTO TRIANGULINO DE CULTURA. Uberaba, MG: Instituto Triangulino de Cultura, 2003. 296p
COSTA, Flávia Cesarino. O primeiro cinema - espetáculo, narração, descontrução. Azougue Editorial. Rio de Janeiro, 2005.
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