Para este post escolhi analisar o
quadro Lar Doce Lar do dia 7 de abril de 2012, que inaugura a 7ª temporada do
quadro que reforma casas. Neste episódio os participantes eram João e Maria. O
casal vivia numa casa construída por eles mesmos e bastante precária. A
história dos dois é o seguinte: João era alcoólatra, e para tirá-lo dessa
situação Maria o matriculou em aulas de caratê (uma paixão que o homem tinha),
diminuindo ainda mais os recursos já escassos da família. Além disso, a esposa
desistiu de seu sonho de ter uma casa boa para realizar o sonho do marido:
depois de se formar na arte marcial ele construiu uma academia ao lado da casa
para dar aulas gratuitas para as pessoas de sua comunidade. Isso foi o que
chamou a atenção da produção do programa: uma mulher altruísta que se doou para
o marido e um homem que passa adiante os conhecimentos do esporte que o
tirou o alcoolismo.
Ao longo do programa constrói-se essa
perspectiva de que essas características os tornavam os mais aptos a receber a
reforma de sua casa. Além do fato de que eles - assim como os participantes dos
outros quadros analisados – teriam que passar por um desafio para ganhar a
reforma, o que serviria de comprovação do merecimento. Assim a noção de mérito
no quadro é determinada. Nas palavras de Luciano Huck: “Tem que ser batalhado.”
Nesse quadro o melodrama é muito
explorado: close-ups no rosto dos participantes quando se emocionam e músicas
de impacto em pontos cruciais (como quando a casa é entregue ou na primeira vez
em que João
e Maria descobrem que vão ganhar a reforma) do programa são comuns. A presença
do apresentador é muito exaltada, na medida em que os encontros entre o casal e
ele são sempre envoltos de um tom solene. Também aparece neste quadro o
conceito de reality TV que se dá na
medida em que Lar Doce
Lar mistura ficção e realidade, sem uma preocupação de demarcar os limites
entre um e outro.
Quanto ao populismo as considerações são
as mesmas que na análise do quadro Agora ou Nunca. Os personagens são aqueles típicos
do público do populismo e o assistencialismo está presente.
Quadro Lar Doce Lar analisado disponível no site.
Bibliografia:
FREIRE FILHO, J. Renovações da Filantropia Televisiva: do
Assistencialismo Populista à Terapia do Estilo. In: A TV em transição:
tendências de programação no Brasil e no mundo. João Freire Filho (org.). Porto
Alegre: Sulina, 2009.
ROCHA, Vilmar, O fascínio do neopopulismo. TOPBOOKS Editora, Rio de
Janeiro, 2007.
BARBOSA, Lívia. Igualdade e
Meritocracia. Editora FGV, Rio de Janeiro, 2006.
<www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/view/387/380>
Acesso em: 29/05/2012
<www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/NASACE.pdf> Acesso em: 29/04/2012
Oi, Laura,
ResponderExcluirSem post está vazio. Ocorreu algum problema?
Um abraço,
Danila.
Oi, Laura!
ResponderExcluirObrigada por ter acrescentado todo o texto.
Gostaria de saber quando você o fez.
Obrigada,
Danila.
Não sei se você viu, mas postei meu último post também. É que não tem nenhum comentário seu lá.
ExcluirO texto foi feito dia 27 de junho, Danila.
ResponderExcluirObrigada, Laura!
ResponderExcluir