No Brasil, o jingle eleitoral é peça fundamental em todos
os pleitos. Alguns se tornaram históricos como, Lula lá (1989) e Varre,varre vassourinha
(1960). Então, vamos analisar os jingles dos candidatos que em 2008 disputaram
o segundo turno para prefeito de BH.
O jingle de Márcio Lacerda possui prelúdio, estrofe e
refrão. No prelúdio, a música tem caráter interiorano e nele já aparece implicitamente
o tema união/aliança. A letra faz uma referência aos ganhos trazidos pela
parceria PSDB e PT, dizendo que BH é o exemplo do país.
Após o trecho, hoje eu to feliz, o ritmo acelera e o
estilo musical muda para reggae. Márcio
é apresentado como homem de confiança do governador e do prefeito e o candidato
mais preparado para continuar e melhorar o bom trabalho que está sendo feito.
Igual
a todo bom jingle, o refrão é feito para ficar na cabeça da população: É isso que a gente quer / Márcio prefeito / É
isso que a gente quer / Mais e bem feito / Márcio pra continuar / Márcio pra
melhorar nossa BH
Observando
a letra completa da música, fica claro que o
jingle é um resumo da campanha de Márcio, um candidato ancorado por políticos
com alto índice de popularidade. Até o presidente Lula, que nunca declarou
apoio formal à aliança, é citado na música. A união (de rivais pelo bem da
população) e a continuidade (do bom governo) foram os principais apelos do
candidato.
Já
o jingle de Leonardo Quintão possui apenas estrofe e refrão. A introdução
começa no estilo viola caipira e após a palavra renovação, a música acelera em andamento e se torna um baião. Assim,
como no prelúdio do jingle de Márcio, a tentativa foi dar um caráter regional
(interior mineiro), porém o baião é um ritmo nordestino.
O refrão também tenta causar o efeito “música chiclete”: Pra fazer mais, fazer melhor / Sou Leonardo, sou 15, eu sei de cor / Pra fazer mais, fazer melhor / Sou Leonardo, sou 15, eu sei de cor.
A letra completa da música é bem simples. Ela tenta passar um conceito de renovação, apresentando um candidato jovem, forte e moderno.
Então, em comparação a jingles históricos, as duas músicas são fracas e não tiveram tanto êxito em cumprir sua função – ficar gravado no subconsciente da população. Considero uma vantagem de Quintão, o fato de seu jingle trazer seu número, mas, de acordo com os músicos, o jingle de Márcio é bem superior.
Oi, Josué,
ResponderExcluirBoa descrição dos jingles, no entanto, penso que a reflexão sobre eles poderia ser mais desenvolvida.
Um abraço,