Aparelho de tatuagem utilizado em presídio
Nessa quinzena li os quatro artigos que faltavam. O artigo de Sandro Braga, A tatuagem como gênero: uma visão discursiva considera a tatuagem um gênero discursivo, por possuir uma produção/circulação de seus enunciados relativamente estáveis dentro das esferas de comunicação. O artigo continua trazendo conteúdo e teorias para corroborar com essa constatação, mas não acho que seja muito útil ao meu trabalho final. De qualquer forma, é interessante a análise que o autor propõe, e apoia a idéia central do meu trabalho - a de que a tatuagem é uma forma de comunicação.
No artigo de Emilene Leite de Sousa, Transformando corpos em pergaminhos: a tatuagem como dispositivo de comunicação/identificação é trabalhada a idéia da construção cultural do corpo, e do corpo como forma principal de identificação do homem - uma vez que o corpo é a parte mais aparente da identidade de cada um. A partir daí, pode-se refletir sobre as tatuagens como uma forma de pertencimento a um grupo, como forma de se identificar e, também, de se fazer identificável.
Em A influência e o significado das tatuagens nos presos no interior das penitenciárias, Cezinando Vieira Paredes faz mais uma descrição de tipos de tatuagens comuns nas prisões e seus significados - relacionados à seus crimes, à associações criminosas, amores, orientação sexual, entre outros. Apesar de ser um artigo repleto de exemplos, ele não se aprofunda em nenhuma análise - mas acho que seu objetivo não era analisar, e sim expor, uma vez que o autor estava defendendo uma monografia para o curso de Especialista em Tratamento Penal e Gestão Prisional.
O último artigo, de Marina Albuquerque Mendes da Silva, intitulado As tatuagens e a criminalidade feminina foi o mais analítico, em minha opinião. A autora explora os motivos para as tatuagens no contexto da criminalidade, suas funções dentro desse contexto, suas consequências no mundo fora do presídio e, ainda, as diferenças entre a hora de se tatuar dos homens e das mulheres - abordarei isso melhor no relatório final, o artigo todo é muito interessante. Entretanto, à época em que foi escrito provavelmente ainda havia muito preconceito acerca das tatuagens, uma vez que a autora associa essa arte praticamente apenas àqueles marginalizados perante a sociedade (a publicação do artigo que eu tenho, pelo menos, data de 1991, mas o levantamento da penitenciária feminina utilizada pela autora é de 1980 e 1981).
Por algumas complicações, não consegui assistir aos documentários restantes, mas provavelmente até quinta já terei terminado de vê-los. Não creio que isso será um empecilho para meu trabalho, uma vez que a próxima quinzena estava reservada para a retomada de materiais e a organização do relatório final.
Terminei, ontem, de ver os documentários restantes. No próximo post falarei sobre eles.
ResponderExcluirOi, Luiza,
ResponderExcluirA quinzena foi de bastante trabalho!
Estou curiosa por suas observações no relatório final!
Um abraço!