domingo, 29 de abril de 2012

Warhol [Yuri Oliveira Guimarães] #1


Auto-Retrato
1986, serigrafia e acrílico sobre tela
Pertence à série de últimos auto-retratos
feitos pelo artista. Andy está com a
famosa peruca prateada.

Nessa primeira quinzena, li o livro “Warhol” da coleção Gênios da Arte publicada pela editora Girassol. O livro faz um apanhado bem geral sobre a vida artística de Andy Warhol e serviu para que eu tenha uma visão mais íntima sobre o trabalho desse artista.

Andy Warhol, como todos sabem, é o principal representante da corrente artística conhecida como Pop Art. Sua vida e suas obras podem ser denominadas como “a encarnação do sonho americano”. Tendo estudado arte no Instituto Carnegie de Tecnologia e iniciado sua carreira no mundo publicitário (onde consegui sucesso rapidamente), Andy sabia unir esses mundos em suas obras como ninguém.

Dollar Sign
1983, serigrafia
Para Warhol, o dólar era o
o símbolo mais americano.
Gostava muito de dinheiro
e desejava que todos pudessem
tê-lo.
Como é dito no livro “Warhol”, a Pop Art surgiu em meio a uma geração que já havia deixado pra trás os anos da Depressão e que cultuava o consumismo e o bem-estar. Com isso, essa corrente se opôs ao expressionismo abstrato, que era mais engajado e buscava uma América menos capitalista e mais humanitária, e pregou o culto ao hedonismo, a juventude, o bem-estar e a boa imagem. Era uma sintetização da “American Way of Life”. Warhol acreditava que de nada servia a indignação expressionista e se preocupava mais em chamar a atenção mostrando a realidade. Tentava não se implicar com as coisas, mantendo uma atitude tão distante quando possível. Isso era bem visível nas suas obras, onde ele mantinha uma certa frieza.






Ainda falando sobre as características das obras de Warhol e da Pop Art, era visível como seus traços derivavam da publicidade, imprensa, cinema, quadrinhos e da televisão. Via-se ainda a incorporação de imagens e a influência da grande mídia. Andy pensava que “não era importante de onde provinham suas imagens, senão o que podiam fazer e dizer com elas” e que se devia incorporar o mundo, as pessoas e a mídia à arte e não distanciá-los. Seguindo essa ideia, ele costumava pegar imagens, acontecimentos e celebridades em grande destaque na mídia e mudá-las ao seu modo. Até porque o próprio Warhol era uma das maiores celebridades americanas e fazia questão de demonstrar isso.


Lady Di
1982, serigrafia e acrílico sobre a tela
Warhol gostava de representar grandes
personalidades midiáticas em suas obras e elas
gostavam de ser representadas por ele. Esse retrato
feito por encomenda da realeza. Warhol representava
o que estava à vista de todos.
129 Die in Jet
1962, acrílico sobre tela
Essa pintura mostra a influência da imprensa
nas obras de Warhol. Foi pintada a partir de uma
notícia do New York Mirror sobre um desastre
aéreo de 1962.



























210 Coca-Cola Bottles
1962, serigrafia e acrílico sobre tela
Warhol transformou a Coca-Cola em um dos símbolos
da vida americana. Através dessa imagem e da repetição, ele
buscou definir a sociedade americana. Dizia: "Quanto mais igual,
mais americano é" e, ao mesmo tempo, destacava diferenças e
singularidades nessa obra, fazendo com que o olhar fixe-se nelas

É importante destacar ainda a serigrafia, a principal técnica utilizada por Warhol em seu trabalho e o par perfeito para a própria Pop Art.  Por se tratar de um processo foto-mecânico,  ela permitia que a execução da obra fosse delegada a outras pessoas e tornava-a mais rápida, o que possibilitava ao artista ser o promotor e diretor da ideia e se ocupar com outros projetos e compromissos durante a execução. Permitia também o distanciamento que Andy Warhol gostava de manter, pois não tinha a implicação pessoal da pincelada. Logo ele utilizou a serigrafia de forma ainda mais mecânica, introduzindo a repetição.







Myths: Superman
1981, serigrafia, pó de diamante
Desde pequeno, Warhol gostava muito de quadrinhos e,
quando adulto, representou alguns em suas obras.




Warhol era crítico e irônico com seu próprio trabalho. Quando lhe perguntavam se buscava a facilidade em suas obras, ele respondia que sim. A dualidade de sua arte era presente em sua personalidade. Ao mesmo tempo que gostava de representar a fama, a riqueza e o consumismo, Warhol não deixava de ser humilde e de preocupar com família e amigos. Ao mesmo tempo que gostava de apreciar uma Chanel número 5, gostava também de um hot-dog comprado na rua. Andy Warhol gostava, antes de tudo, de ser americano.


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