“Qualquer
propaganda em um espaço público, que não te dá escolha de vê-la ou não, é sua. ' sua para pegá-la, transformá-la, reutilizá-la. Você pode fazer o que
quiser com ela. Pedir permissão
é como perguntar se você pode guardar uma pedra que acabaram de jogar na sua cabeça.”
Apesar da
recente aproximação entre propaganda e arte urbana (vista principalmente na apropriação
desta por aquela), a priori tratam-se de movimentos antagônicos. A arte urbana –
ou arte não encomendada, pública, intervencionista, street art, urban art - é, desde sua origem, uma ferramenta de crítica à publicidade. A frase acima citada é a tradução livre de uma declaração de Banksy,
provavelmente o artista de rua de maior destaque da atualidade, assunto de meu
próximo post.
Pesquisando
sobre a história da arte urbana encontrei, no livro “Trespass”, uma crítica ao
termo “arte pública”: Anne Pasternak afirma que a expressão invoca um movimento
organizado, com definição estilística e conceitual, quando na verdade a arte na
esfera pública é heterogênea. No mesmo
livro, Nato Thompson define arte intervencionista como aquela feita por “...artistas
que invadem o mundo quotidiano para criticar, satirizar, pertubar e agitar a
ordem, para gerar consciência social e mesmo defender a mudança social”. Ouso
afirmar que, em certo grau, a arte urbana é uma forma de propaganda anti-propagandista.
Arte feita por Banksy: consumismo é alvo de crítica do artista
Por sugestão
de minhas orientadoras, li a monografia de Thomas M. F. Hernandez, e nela
encontrei as formas de se fazer Culture Jamming, de acordo com Mazetti: alterar
anúncios publicitários, outdoors, jingles e criar notícias falsas. A própria
palavra inglesa jamming significa interferência em transmissões de rádio, o que explica a apropriação do termo jammers para definir o ruído entre o emissor e o
receptor, que altera a mensagem final.
Exemplo de Culture Jamming
Oi, Júlia! Ótimo post! Gostaria apenas que você desse mais argumentos para sustentar sua posição de que a "arte urbana é uma forma de propaganda anti-propagandista". Um abraço!
ResponderExcluirOi, Danila! Obrigada.
ExcluirTentei explicitar esse propósito da arte urbana através da citação de Nato Thompson, visto que, devido ao limite de 1500 caracteres, eu não podia me delongar argumentando.
De qualquer modo, retomarei esse assunto nos próximos posts, espero que neles minha posição fique mais embasada.
Abraço!
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