Inicialmente me propus a pontuar o conceito de neopopulismo e como ele aparece na produção midiática do nosso país, com enfoque no programa de auditório Caldeirão do Huck. E o fiz a partir da definição de neopopulismo de Ricardo Vélez Rodríguez em seu artigo “O neopopulismo na América do Sul – Aspectos conceituais e estratégicos” e do livro de Vilmar Rocha “O fascínio do neopopulismo.
O populismo (nas suas variações neo e
tradicional) é retratado por ambos os autores como uma forma de exercício de
poder que emerge do desgaste de democracias representativas, rejeita qualquer
tipo de institucionalização do exercício do poder e no qual há um forte
denuncismo: os males sociais são sempre colocados em pauta. No populismo o
posicionamento político é antielitista, nacionalista, o líder encarna a figura
de salvador do povo; trabalha um discurso de que as causas do povo são suas,
explora o ressentimento das “massas” contra as elites, seduz o povo a ter uma
forte confiança nele, forma uma vinculação direta com o povo - ignorando as
instituições que mediariam esta relação - e passa uma imagem de semelhança com
o povo que governa.
A
diferença entre o populismo tradicional e seu desdobramento contemporâneo,
segundo Vilmar Rocha (1998, p. 18) se dá no fato de que o segundo baseia-se na
decomposição das classes sociais, visando, principalmente, as camadas populares
mais necessitadas; enquanto o primeiro “baseava-se na integração dos
trabalhadores ao mercado e na sua participação política via sindicatos.”
(ROCHA, 1998, p. 18).
Visto
isso, o programa Caldeirão do Huck, entre outras produções midiáticas
brasileiras, é repleto em posicionamentos neopopulistas. Na medida em que o
denuncismo tem forte presença no programa, Luciano Huck encarna o líder
salvador carismático do povo que entrega “presentes” ao seu público elevando a
condição financeira de seus contemplados, ignora as instituições e cria um vinculo próximo com os telespectadores
dando preferência às classes mais baixas (via facebook e twitter também).
A partir dos próximos posts situarei melhor onde e de que forma essas características aparecem no programa ao analisar alguns quadros – como o Lata Velha e Agora ou Nunca - separadamente.
Fontes bibliográficas:http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/NASACE.pdf Acesso em: 29/04/2012
ROCHA, Vilmar, O fascínio do neopopulismo. TOPBOOKS Editora, Rio de Janeiro, 2007.
A partir dos próximos posts situarei melhor onde e de que forma essas características aparecem no programa ao analisar alguns quadros – como o Lata Velha e Agora ou Nunca - separadamente.
Fontes bibliográficas:http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/NASACE.pdf Acesso em: 29/04/2012
ROCHA, Vilmar, O fascínio do neopopulismo. TOPBOOKS Editora, Rio de Janeiro, 2007.
Ótimo post! Bem de acordo com sua proposta de trabalho. De forma geral, mantenho a sugestão de leitura dos textos de João Freire Filho para enriquecer a observação dos quadros do Caldeirão. Sugiro também uma revisão da forma como as referências são expostas. Ainda que sejam links na internet, devemos nos referir primeiro ao nome do autor (SOBRENOME, Nome. Título. Disponível em acesso em (data). Um abraço!
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