Truffaut: quem e por quê? [Isabela Guimarães] #1

Edição da revista Cahiers du Cinéma em que Truffaut publicou  seu famoso artigo criticando o "Cinema de Qualidade"

Nessa quinzena, estudei um dos diretores mais importantes da Nouvelle vague: Truffaut.

Gostei muito de conhecer mais Truffaut, principalmente porque ele se configura como uma peça-chave na ruptura com o "Cinema de Qualidade" negado pelos "jovens turcos" (os que comungavam da opinião dele).

Contrariando minhas expectativas de filmes mais abstratos nessa pesquisa - bem diferentes dos hollywoodianos -, tive uma surpresa: os filmes de Truffaut não são difíceis de compreender, e, na minha opinião, não são abstratos como eu esperava.

Já diante da literatura dessa quinzena, também me surpreendi ao entender, pelo menos à princípio, que uma das grandes críticas dos diretores da Nouvelle vague caíam sobre o modo de fazer cinema, numa perspectiva dos "bastidores" da produção. Isso porque no artigo de Truffaut, publicado na revista Cahiers du cinéma (imagem acima) e considerado como o marco do movimento - ele acusa os diretores do Cinema de Qualidade de "charlatães, como também impositores e patifes." (p. 179, capítulo 4 do livro Cinefilia). Outra importante crítica foi aos filmes que surgiam como meras adaptações literárias e que, segundo Truffaut, o filme deveria ter traços do diretor, deveria ser autoral. Daí o surgimento da Política dos Autores (Politique des auteurs).
 

Escolhi filmes do início da Nouvelle vague: Os incompreendidos (1959), Os pivetes (1957) e Atiraram no pianista (1960); além disso, li dois capítulos do livro Cinefilia (Introdução: A cinefilia, ou a invenção de um olhar; 4. Como François Truffaut escreveu "Uma certa tendência do cinema francês") e li também um pouco do Catálogo do Centro de Cultura do Banco do Brasil sobre a Nouvelle Vague, direcionando minha leitura ao estudo desse diretor.

Obs: de acordo com o plano de trabalho, este post deveria ser de  Varda. Porém, a professora Cláudia Mesquita me permitiu que adiasse o estudo dessa diretora, uma vez que me emprestaria um catálogo dela na semana seguinte.