segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cinema mudo - "A grande beleza do silêncio" [Camila Santos]#1

Este primeiro post será dedicado aos primeiros anos, mas os primeiros mesmo, ao modo sutil como o cinema foi sendo inventado, descoberto até desembocar na versão muda ( de composições simples, mas a real origem das gigantescas produções atuais). Antes de tudo, é bom deixar claro que esta forma de fazer arte foi fomentada e, portanto, desenvolvida com tanto empenho por causa de uma mistura bem simples: o grande desenvolvimento tecnológico, cientifico e financeiro (provenientes da 2ª revolução industrial) e a uma população crescente e sedenta por novidades, por conhecimento e formas de lazer.

E assim, a leitura de alguns capítulos específicos das obras selecionadas, levaram-me a compreender que, muito antes do cinema se idealizar, a possibilidade de  movimentar imagens já fascinava estudiosos pelo mundo. A técnica da lanterna mágica chinesa pode ser considerada uma das bases do cinema e apenas fazia refletir sombra e silhuetas através de um cilindro e de iluminação a vela. Passo a passo descobertas eram feitas, máquinas, a um estilo engenhoca, eram inventadas até que o surgimento e o aprimoramento das técnicas fotográficas possibilitaram uma real aproximação do cinema.

Assim, em meio a Dioramas, Phantoscopes, Bioscopes, Cinetoscópios, a invenção do cinema acabou sendo atribuída, na maior parte do globo, aos irmãos Lumière. Porque além de idealizarem o grande e 'moderníssimo' cinematógrafo (capaz de registrar imagens na película; produzir cópias em seu interior e, depois de alguns ajustes rápidos, projetar as imagens) também tornaram o cinema comercial e popular em vários países.

Os primeiros filmes, por eles, exibidos foram: “A saída da fábrica” e “ A chegada de um trem à estação”. Este, inclusive, causou espanto na plateia, ainda desacostumada com a novidade do movimento. Tais filmes, juntamente com outros tantos, foram exibidos na 1ª parte da mostra realizada em Belo Horizonte, denominada “A história do cinema mudo ao vivo”.

Ao assistir esta exibição, foi possível ver perfeitamente a sutileza da evolução do cinema, pois de película em película eram apresentadas novas, porem pequenas sofisticações. Séries fotográficas deram o ponto de partida. Percebia-se claramente a imobilidade da câmera até aparecer os primeiros panoramas e travellings. Os primeiros planos também eram simples e o ‘cenário’ era a rotina das pessoas.

 A seleção mostrada ilustrou muito bem tal período do cinema mudo, o qual, entendi, ter adolescido como um período experimentação e descobertas, onde os acontecimentos do cotidiano eram os atores principais, e as técnicas, que foram sendo desvendados a cada dia, sobressaiam-se ao conteúdo. Além do mais, o acompanhamento de um piano deu ritmo e entonação aos filmes, bem como acontecia com as exibições primordiais, que eram mudas, mas não em silêncio.



                                                   A chegada de um trem à estação


Imagem: Cinematógrafo

2 comentários:

  1. Ei Camila.Foi uma sorte mesmo encontrar esse blog.Muito bom.Abs

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  2. Pois é, Regiane. Dei muita sorte de aparecer este projeto todo justamente agora. Ele foi muito legal. Um abraço!

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