Para melhor entender a obra de Tim Burton, foi proposta na primeira quinzena um estudo sobre suas influências, em especial o expressionismo alemão. Trata-se de um fenômeno cultural que não só se aplicou ao cinema, mas às artes gráficas, pintura, escultura, literatura, teatro, música e dança.
A estética e as técnicas típicas desta corrente trazem o real submetido à imaginação, ou seja, é carregado de subjetividade psicológica e emocional. Através da distorção dos cenários e personagens, resultado da maquiagem, fortes contrastes e jogos de luz, toda a estética deveria representar um estado de espírito. A temática dramática, que incluía temas sombrios de suspense policial e mistério em ambientes urbanos, muito dizia das tensões, pessimismo e ceticismo de uma Europa dos anos 20, decorrente da 1ª Guerra Mundial.
Para poder captar essa estética e as impressões que ela procurava transmitir, assisti ao filme “O gabinete do Dr. Caligari” (1919), de Robert Wiene. Considerado o primeiro filme genuinamente expressionista, conta a história de um hipnotizador, o Dr. Caligari, que chega à cidade com seu assistente de espetáculo, o sonâmbulo Césare, que adivinha o futuro das pessoas. A partir de então, uma série de assassinatos começam a surgir e as suspeitas caem sobre Césare. Por fim, quando este se recusa a matar uma das vítimas, descobre-se que Dr. Caligari era na verdade o mandante.
Na literatura, Tim Burton teve forte influência de Edgar Allan Poe, famoso por suas obras góticas. Incluía em seus contos temas como a loucura, doença, atos infames e mesmo a morte, inclusive seus sinais físicos, reanimação dos mortos e o luto. Sem tempo hábil para recorrer à sua literatura, escolhi por procurar pequenas citações que traduzissem este clima, como quando diz “Me tornei insano com longos intervalos de terrível sanidade”.
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